1. Entrevista clínica estruturada
O profissional (psiquiatra, neurologista ou psicólogo especializado) conversa com o paciente — e com os pais ou responsáveis, se for uma criança — para entender:
- Quais são os sintomas?
- Quando começaram?
- Em quais contextos aparecem (escola, casa, trabalho)?
- Qual é o impacto na vida da pessoa?
Detalhe importante: os sintomas precisam estar presentes desde a infância (antes dos 12 anos, segundo o DSM-5), mesmo que só tenham sido percebidos mais tarde.
2. Critérios diagnósticos
São seguidos os critérios definidos pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), que exige:
- Pelo menos 6 sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade (em adultos, 5 sintomas).
- Os sintomas devem estar presentes em dois ou mais ambientes (escola + casa, ou trabalho + vida social, por exemplo).
- Os sintomas causam prejuízo real no funcionamento.
3. Relatos de terceiros
Na infância, é essencial ouvir pais, cuidadores e professores. Em adultos, cônjuges, colegas de trabalho ou familiares também ajudam a compor o retrato do funcionamento cotidiano.
4. Avaliações complementares (opcionais)
- Questionários e escalas padronizadas (como SNAP-IV, ASRS).
- Avaliação neuropsicológica, quando há dúvidas ou comorbidades (dificuldades de aprendizagem, por exemplo).
- Testes de atenção ou funções executivas podem ajudar, mas não são obrigatórios nem decisivos.
5. Diagnóstico diferencial
É preciso descartar outras condições que podem imitar ou coexistir com o TDAH:
- Ansiedade
- Depressão
- Transtorno de humor bipolar
- Transtorno de personalidade borderline.
- Transtorno do Espectro Autista
- Altas Habilidades
- Transtornos do sono
- Problemas de visão, audição, etc.
Diagnóstico é como um retrato falado, não um raio-X
Ele depende da escuta atenta e experiente de um profissional capacitado. Afinal, todo mundo tem momentos de distração ou agitação, mas no TDAH isso é persistente, desproporcional e limitante.