Você já ouviu falar em TDAH e imaginou uma criança “elétrica” que não para quieta? Ou talvez um adulto que vive perdendo chaves, prazos e paciência? Pois é… o TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – vai muito além disso.
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta cerca de 5% das crianças e 2,5% dos adultos no mundo. Ele se manifesta por três pilares de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Mas calma: todos nós nos distraímos ou agimos por impulso de vez em quando. No TDAH, essas características são intensas, frequentes e atrapalham o dia a dia da pessoa – seja na escola, no trabalho ou nos relacionamentos.
Mas o que é um transtorno do neurodesenvolvimento?
É como se, durante o processo de construção do cérebro – que começa ainda na barriga da mãe e segue até a vida adulta – algumas engrenagens importantes se desenvolvessem de maneira diferente. No TDAH, as áreas mais afetadas são aquelas que regulam a atenção, o autocontrole, o planejamento e a capacidade de pensar antes de agir. É como tentar dirigir um carro com um GPS que muda de ideia toda hora. Você chega ao destino, mas com muito mais esforço – e, às vezes, por caminhos bem mais tortuosos.
Pense no cérebro como um maestro tentando reger uma orquestra de pensamentos, emoções e ações. No TDAH, esse maestro tem dificuldade em manter o ritmo, priorizar tarefas ou manter o foco. Resultado? A sinfonia interna vira um rock’n roll caótico.
E por que isso acontece?
A ciência mostra que o TDAH tem uma base biológica – envolve diferenças no funcionamento de áreas do cérebro relacionadas à atenção, controle inibitório e organização do comportamento. E sim, há um componente genético forte: é comum encontrar mais de uma pessoa com TDAH na mesma família.
Mas TDAH não é tudo igual
Existem diferentes perfis de apresentação: algumas pessoas são mais desatentas (o clássico “viajante do tempo” que se perde em pensamentos), outras mais hiperativas e impulsivas (o famoso “motor ligado”), e algumas combinam os dois estilos. E isso muda com a idade: a hiperatividade tende a diminuir na vida adulta, mas a desatenção e a dificuldade com organização continuam dando o ar da graça.
Não é “falta de educação” ou “preguiça”
Pessoas com TDAH muitas vezes sofrem com críticas injustas. A verdade é que elas querem muito acertar – mas o cérebro não ajuda. Elas podem ter um potencial enorme, mas vivem em guerra com suas funções executivas: memória de trabalho, planejamento, gerenciamento do tempo, controle emocional… tudo isso vira um desafio diário.